SÃO PAULO - SP - BRASIL - A B3 anuncia hoje, ao lado da ACX Group, o lançamento de uma parceria para criação de uma plataforma para negociação de créditos de carbono, títulos emitidos para neutralização de gases de efeito estufa.
O objetivo é que a plataforma sirva como ambiente para que os emissores de créditos de carbono realizem as negociações com as empresas que desejam diminuir sua pegada ambiental e se adaptar a práticas ASG.
A parceria com a plataforma de negociação de crédito de carbono global ACX possibilitará aos clientes o acesso a um livro global centralizado de ordens e conectada aos principais standards do mundo.
“O Brasil tem potencial para ser um dos maiores fornecedores de créditos de carbono no mundo e a B3 está comprometida em impulsionar esse mercado no país, fornecendo um ambiente seguro, com transparência de preços e integrado para negociação de créditos que contribua para acelerar a transição para um futuro mais sustentável”, destaca Leonardo Paulino Betanho, superintendente de Produtos Balcão da B3.
“Além disso, o negócio está alinhado à estratégia da B3 de desenvolvimento de novos produtos ASG e no avanço da agenda que promova o desenvolvimento econômico sustentável”, reforça Betanho.
"Estamos animados com essa parceria com a B3 no Brasil. O negócio conecta um dos maiores mercados de carbono do mundo à ampla rede da ACX. Com parceiros fortes e tecnologia de negociação líder no mercado, nosso objetivo é apoiar os esforços do Brasil para promover o desenvolvimento sustentável e expandir seu mercado de carbono”, afirma William Pazos, Co-Fundador e Co-CEO da ACX.
O acordo prevê desembolsos por parte da B3 de até R$10 milhões com o objetivo de estabelecer o funcionamento de uma plataforma dessa natureza no mercado brasileiro. O lançamento da plataforma da ACX Brasil está planejado para o primeiro trimestre de 2024.
Com a entrada no mercado de créditos de carbono, a B3 busca aproximar compradores internacionais de créditos de carbono de importantes players brasileiros, além de adicionar uma camada de integridade na cadeia de negociação desse produto para adequada formação de preço.
A solução da B3 e da ACX possibilitará o acesso de investidores internacionais aos ativos e ampliará as oportunidades para outros players atuarem nesse mercado. Exemplos: compradores que buscam créditos para neutralizar suas emissões, além da entrada de fundos e agentes financeiros.
Como funciona o Mercado Voluntário de Carbono
O mercado de crédito de carbono oferece às empresas a oportunidade de compensar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio da compra de créditos de carbono gerados por projetos responsáveis pela redução ou remoção de gases de carbono na atmosfera.
Após a verificação dos créditos de acordo com as metodologias de certificações internacionais, esses créditos podem ser vendidos para empresas que precisam compensar suas emissões de CO2 na atmosfera. Em geral, empresas do setor industrial que emitem muito CO2 ou equivalentes, podem adquirir esses créditos para cumprir metas de neutralidade climática. Por outro lado, empresas geradoras de créditos podem entrar na plataforma e registrar os créditos disponíveis para negociação.
O papel da B3
O Brasil se destaca como um destino de interesse para investimentos financeiros em títulos temáticos (títulos verdes, sociais e sustentáveis) e o rápido crescimento da emissão desses produtos temáticos demonstra o compromisso do mercado com um desenvolvimento sustentável.
Atualmente, o mercado de capitais desempenha um papel fundamental ao auxiliar as empresas na transição sustentável, por meio do financiamento (crédito e emissão de dívida), proteção e infraestrutura de negociação.
No Brasil, ainda não existe um mercado regulado de carbono. As empresas que optam por neutralizar suas emissões o fazem de forma voluntária. No entanto, o tema vem ganhando relevância no mundo todo e já existem projetos para a regulação do mercado brasileiro.
A B3 já está presente no mercado de produtos de descarbonização, tais como o CBIO, a CPR Verde com promessa de redução de emissões, e ETFs, que são fundos de índices, indexados ao Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3).
Fonte: B3.com.br
Foto: B#.com.br/Divulgação